Pastores, fiéis e parlamentares participaram nesta sexta-feira (22) de sessão especial para celebrar os 120 anos das igrejas batistas no estado do Espírito Santo (ES). Requerida pelo senador Magno Malta (PL-ES), a sessão relembrou a história da igreja batista no estado, que teve início em agosto de 1903.
No início da sessão, um vídeo institucional falou sobre a chegada dos missionários Zacarias Taylor e Alberto Lafayette Dunstan ao estado. Ao lado de Francisco José da Silva, conhecido como irmão Chiquinho, eles fundaram a primeira igreja batista no ES.
— A história nos permite olhar para trás e esse olhar para trás nos permite pensar em um legado que foi construído, uma semente que foi plantada. Além disso, a história nos permite olhar para o presente e o futuro e ver que há uma esperança. Essa esperança é Jesus Cristo, filho de Deus, e o trabalho batista continua ganhando forma — disse o diretor-geral da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo, Diego Juliano Bravim.
Hoje, a igreja batista está presente em 78 municípios do Espírito Santo. São 745 igrejas implantadas em todo o estado. Para o pastor Raphael Henrique Pinheiro Abdala, presidente da Convenção Batista do Estado do Espírito Santo e vice-presidente da Convenção Batista Brasileira, a Igreja chega a lugares que o estado não consegue atender.
— A igreja de Jesus chega aonde o estado não consegue chegar. A igreja de Jesus, plantada em qualquer bairro de qualquer cidade, é uma redutora de violência, é um símbolo da luz divina, investe contra fome, investe contra a indignidade. Mas, sobretudo, investe contra as potestades do mal do reino celestial — disse o pastor, que recebeu um certificado de honra ao mérito das mãos do senador Malta.
Pastor da Primeira Igreja Batista Cachoeirinha e 3º Secretário da Convenção Batista do Espirito Santo, Davi Teodoro Almeida Damaceno destacou o papel da igreja na sociedade. Para ele, a igreja batista privilegia o ensino da palavra e a educação cristã, formando cidadãos para a construção da sociedade mais justa, igualitária, que busca ajudar as pessoas e ser uma resposta para aquilo que elas procuram.
—Permanecemos firmes no nosso propósito de cuidar das pessoas, de ser Jesus para alguém, de ser uma igreja de vida na vida, uma casa de portas abertas para os capixabas e para os brasileiros. Nós nos comprometemos a continuar abençoando nosso estado, abençoando nosso país e orando pelas autoridades para que Deus tenha misericórdia de nossa nação.
Pastor titular da primeira igreja batista de Valparaíso (GO) e diretor-executivo da Convenção Batista do Planalto Central, Luís Cláudio Pessanha afirmou que os batistas têm as missões no seu DNA e ressaltou o legado deixado pela igreja batista no ES.
Cristolândia
Durante a sessão, os participantes assistiram a uma apresentação do Coral da Cristolândia, projeto da Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista que atende pessoas em várias partes do país. O objetivo é resgatar usuários de drogas, em especial do crack, e dar a elas a oportunidade de transformação de vida.
— Somos escravos apenas de Cristo Jesus, é por isso que nós não devemos apoiar e não devemos concordar com a legalização das drogas no nosso país. Está diante de nós talvez um dos maiores projetos sociais do Brasil, o projeto Cristolândia, que tem trabalhado, se empenhado, se dedicado a resgatar vidas que foram destruídas por causa do uso de drogas. Então, como cristãos, nós não podemos concordar com isso — disse o pastor Benilton Custódio da Silva Filho, presidente da Convenção Batista do Planalto Central.
Ao interagir com os integrantes do projeto, Malta também falou contra a legalização das drogas e lembrou os malefícios causados por elas. Ele ressaltou as obras feitas pela igreja batista no Espírito Santo e no Brasil.
— Obrigado a Deus pelos batistas do Espírito Santo. Sou testemunha ocular, de vivência, de acompanhamento, da participação na vida da sociedade e da grande obra social que é feita. Aliás, nada supera a igreja, embora a igreja não seja entidade social, seja uma agência do Reino de Deus — disse o senador.
Aborto
Durante a sessão, participantes falaram contra o aborto. O senador Malta protestou contra o voto da ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a favor da descriminalização do aborto em mulheres com até 12 semanas de gestação. A ministra é relatora de uma ação que pede ao STF uma posição sobre a interrupção da gravidez. A ação será julgada no plenário do STF, o que ainda não tem data para acontecer.
Ele lembrou que, entre as opções de datas disponíveis, o dia designado para a audiência foi justamente o mesmo dia do voto da ministra, o que torna a sessão emblemática.
— Aprouve Deus que fosse esta data. […] É um dia emblemático. Por que tantas crianças apareceram por aqui? Que este dia dos 120 anos dos batistas no Espírito Santo fique guardado como o dia da luta em favor da vida – ressaltou o senador.
Fonte: Agência Senado