Inflação recorde: Estados Unidos enfrentam a maior carestia em 41 anos

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A divulgação de que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos subiu 1% em maio, alcançando 8,6% num período de 12 meses — o maior nível desde dezembro de 1981 — provocou um terremoto nos mercados. No Brasil, o dólar voltou a subir e encostou nos R$ 5. Com alta de 1,49%, a moeda foi cotada a R$ 4,988 no fechamento. E a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) teve nova baixa, desta vez de 1,51%, refletindo a fraqueza do mercado de NovaYork, onde o índice Dow Jones recuou 2,73%.

Segundo analistas, a inflação recorde nos EUA deve levar o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, a intensificar a alta das taxas de juros no país, o que teria reflexos no mundo todo e impacto em economias emergentes, como o Brasil.

O economista Felipe Queiroz, da Universidade de Campinas (Unicamp), explicou que haveria uma fuga de investidores de países emergentes. Com isso, o Banco Central do Brasil seria pressionado a elevar ainda mais a taxa Selic, que está hoje em 12,75% ao ano, para segurar os capitais investidos no país.

Nos EUA, os juros básicos estão entre 0,75% e 1% ao ano. “Se o Fed aumentar as taxas, isso afetará também a taxa de câmbio, pressionando a inflação e os juros por aqui”, disse Queiroz.

Apesar da inflação recorde, o nível de confiança dos investidores na economia dos EUA ainda é alta, devido ao dólar ser amplamente utilizada no mundo inteiro. O economista-chefe da Gladius Research, Benito Salomão, reforçou que a alta dos juros nos EUA tende a atrair capitais do mundo todo, mas disse não acreditar que o Fed continuará com aumentos sucessivos da taxa.

Na visão dele, o FED se encontra em uma encruzilhada, visto que juros muito altos poderiam desencadear em uma recessão na economia norte-americana.

*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo

Fonte: Correio Braziliense

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