Na última semana, artistas de diferentes atividades culturais se mobilizaram, tanto nas redes sociais como nas ruas, contra a decisão do governo do DF de, primeiramente, suspender dois editais do Fundo de Apoio à Cultura, os FACs Áreas Culturais e Audiovisual, ambos de 2018, e depois de oficializar o cancelamento de apenas o Áreas Culturais, que teria um investimento de R$ 25 milhões — parte desses recursos deverão ir para custear a reforma da Sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro, com um FAC destinado à recuperação do patrimônio cultural. A explicação para o cancelamento é uma suposta irregularidade, pois o edital foi aberto na gestão passada contando com a verba de 2019. O FAC Audiovisual, que tem uma verba de R$ 12 milhões, foi mantido por ter grande parte da verba vinculada ao Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
“Com a publicação, todo mundo achou que ia trabalhar. Daí, toda essa reação agora. As pessoas acreditaram no FAC e o governo simplesmente enganou e iludiu (os artistas). Isso é uma desonestidade e um impacto violento em um tecido social tão fragilizado, que é a cultura. Temos mais de oito mil agentes culturais no DF que estão fazendo a alma da cidade funcionar”, defende o maestro Rênio Quintas, que faz parte da Frente Unificada de Cultura e é um dos artistas impactados com a queda do FAC Áreas Culturais. Ele havia inscrito o projeto A menina valente, que mistura teatro, musical, meio ambiente e educação, e tinha começado a trabalhar em cima da trilha sonora e em outros aspectos da montagem. – CB