Em nota divulgada à imprensa pelo Twitter na tarde desta terça-feira (22/1), o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que é “vítima de uma campanha difamatória com o objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro”. A mensagem foi publicada no microblog poucos minutos antes do presidente fazer o primeiro discurso no exterior no 39ª edição do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Flávio afirmou que a funcionária que aparece no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi contrada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, investigado por movimentações suspeitas em conta bancária, segundo relatório apontado pelo Coaf. “Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão”, escreveu Flávio.
A nota de Flávio responde uma matéria publicada pelo jornal O Globo, que mostrou que a mãe de um dos denunciados na operação contra milicianos deflagrada nesta terça-feira (22/1) foi lotada no gabinete de Flávio, quando ele ainda era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega aparece em relatório do Coaf como uma das remetentes de depósitos para Fabrício Queiroz. Adriano Magalhães ainda está sendo procurado pela polícia.
Segundo o relatório do Coaf, Raimunda depositou R$ 4,6 mil na conta de Fabrício Queiroz. Ela aparece na folha da Alerj com salário líquido de R$ 5.124,62.
Repasses
Na segunda-feira (21/1), o ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra afirmou que repassou R$ 100 mil em dinheiro vivo ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Segundo ele, a quantia é referente a compra de um imóvel. Guerra afirmou que os repasses foram feitos entre junho e julho de 2017, mesmo período em que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou depósitos considerados suspeitos na conta corrente do parlamentar.
As declarações do ex-atleta, dadas em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, corroboram que declarações feitas por Flávio em entrevista à Rede Record e a Rede Vida, no fim de semana. O filho do presidente Jair Bolsonaro alegou que fez 48 depósitos, no valor de R$ 2 mil cada, em sua própria conta após receber o montante em decorrência da venda de um apartamento.
No STF
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o procedimento investigatório criminal aberto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.
O magistrado atendeu a um pedido feito pelo próprio filho do presidente Jair Bolsonaro, que alega ser alvo de investigação por parte do MP. As diligências, em nível estadual, foram abertas para apurar transações realizadas por Queiroz e consideradas como suspeitas.