À frente nas intenções de voto para a disputa ao governo de Goiás, o senador Ronaldo Caiado (DEM) acabou não sustentando o discurso de oposição durante o primeiro debate eleitoral entre os governadoriáveis, realizado na manhã desta segunda-feira (27/8), na Rádio Interativa.
Conhecido por seu posicionamento forte e altivez, Caiado acabou sendo apagado do debate e evitou confrontar os adversários. Enquanto isso, quem assumiu o papel de opositor foi o candidato emedebista Daniel Vilela, que, apesar de jovem, não deixou se intimidar.
Logo na primeira pergunta, o senador tentou levantar a bola para que o Daniel fizesse críticas à gestão estadual. Daniel fez, mas sem deixar de apontar a incoerência política do democrata. “Caiado esteve lá e participou deste grupo, mas só agora que está vendo casos de corrupção e problemas fiscais. Devia ter sido enfático da mesma forma e, assim sim, estaria sendo coerente”, reforçou.
O senador, por sua vez, retrucou que não contou com apoio de Daniel nas empreitadas contra o governo estadual, mas logo recuou. Até mesmo quando foi questionado por Weslei Garcia (PSOL) sobre trabalho escravo e meio ambiente, o senador evitou entrar nos pontos polêmicos, disse que suas fazendas são referência na qualidade de trabalho e repetiu que participou da aprovação do texto do Código Florestal.
“Lá nas minhas propriedades, faço função de Estado. Sou médico, cirurgião, e todo final de tarde atendo as pessoas que não têm alternativa de buscar ajuda na rede pública”, afirmou.
Como era de se esperar, Caiado direcionou suas críticas ao governo estadual, mas sem apresentar propostas concretas. O democrata citou o próprio plano de governo poucas vezes, mas não se aprofundou em qualquer tema.
Durante o programa, o governador e candidato à reeleição José Eliton (PSDB) apontou para o tom quase nada propositivo adotado pelos adversários, sobretudo Caiado. “O que fica claro é a falta de propostas. Na falta do que apresentar, do que propor, ficam inventando o que não tem. Eu tenho um compromisso com a verdade e respondo por meus atos, garanto a minha conduta. Eu estou focado no futuro e não no passado, porque eu quero construir”, disse. Por: Marcelo Gouveia