Senador de Goiás homenageia o Papa Francisco com emoção e reverência

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Em um pronunciamento carregado de emoção, nesta terça-feira (22), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) prestou uma tocante homenagem ao papa Francisco, falecido na manhã de segunda-feira (21), após a celebração da Páscoa. No Plenário do Senado, as palavras de Kajuru ecoaram como um tributo não apenas à figura de um pontífice, mas a um verdadeiro símbolo de humildade, empatia e transformação espiritual.

O senador iniciou sua fala destacando o simbolismo da data do falecimento — logo após a Páscoa, festa máxima da ressurreição na fé cristã — e ressaltou que o papa argentino Jorge Mario Bergoglio foi um dos maiores líderes da história da Igreja Católica. Kajuru lembrou que Francisco, fiel ao seu espírito de simplicidade, pediu que fosse sepultado fora da cripta vaticana, em um único caixão de madeira, longe das pompas costumeiras. Um gesto que fala por si: até o fim, Francisco foi coerente com a mensagem de São Francisco de Assis, o santo da humildade que inspirou seu nome papal.

“Primeiro pontífice da América Latina, autointitulou-se o papa do fim do mundo. E, na primeira vez que se dirigiu aos fiéis, no balcão da Basílica de São Pedro, antes de abençoar, pediu aos presentes que orassem por ele, relembrou Kajuru, emocionado. Era o início de um papado marcado por gestos mais do que por discursos — e por escolhas que sinalizavam uma liderança voltada ao serviço, e não ao poder”.

Desde o início, o papa Francisco recusou os luxos do Palácio Apostólico, preferindo viver em uma modesta hospedaria do Vaticano. Usava sapatos simples, viajava sem ostentação e escolhia, como seus primeiros destinos, locais de dor e exclusão: campos de refugiados, prisões, periferias. O senador destacou esse olhar atento às chagas do mundo como uma das marcas do pontificado: “Francisco sempre foi muito claro na defesa da simplicidade, da comunhão, do acolhimento, do amor e não do ódio.”

O papa também foi corajoso. Enfrentou de frente os abusos sexuais cometidos por membros da Igreja, revisou o Código de Direito Canônico e descentralizou o poder, valorizando cardeais de regiões historicamente marginalizadas, como América Latina, África e Ásia. Kajuru enfatizou que Francisco promoveu pontes com outras religiões, como quando visitou a Península Arábica e chamou os muçulmanos de irmãos. Em tempos de intolerância, sua mensagem era clara: a fé não deve dividir, mas unir.

Francisco também se destacou como uma das vozes mais firmes contra a desigualdade social, os impactos da mudança climática e o drama dos imigrantes. Embora não tenha realizado reformas radicais em temas delicados como celibato, aborto e o sacerdócio feminino, o papa abriu espaço para o diálogo — um gesto raro e poderoso em uma instituição milenar.

“Transformador sem ser radical, o papa Francisco frustrou quem esperava mudanças revolucionárias, mas, conhecedor do ritmo de uma instituição com dois mil anos, soube provocar o debate sobre temas controversos*, observou Kajuru. *O fato é que o papa Francisco marcou o mundo. Deixou exemplos que vão se arrastar, palavras que convencem. Deixou um legado que espero seja duradouro!, disse o senador goiano.

Em um tempo marcado pela polarização e pela insensibilidade, as palavras do senador ressoaram como um apelo à memória viva de um líder que escolheu o amor como norte, a escuta como método e a simplicidade como testemunho. A luz de Francisco não se apaga com sua morte. Ela permanece — nas ruas que percorreu, nos corações que tocou e nas sementes de compaixão que plantou.

Que sua partida, após a Páscoa, seja um sinal de ressurreição para uma humanidade sedenta de paz e verdade. Que o caminho iniciado por ele continue sendo trilhado com coragem e fé. E que sua memória nos inspire a sermos melhores — não por decreto, mas por amor.

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