O atacante Anwar El Ghazi, dispensado pelo Mainz 05 por fazer uma publicação de apoio à Palestina em meio ao conflito com Israel, vai entrar na Justiça contra o clube alemão.
Entenda o caso
El Ghazi é holandês, mas filho de pais marroquinos. Marrocos e Palestina são países com predominância da religião islâmica. Uma expressão usada na publicação do jogador — “Do rio ao mar, a Palestina será livre” — é entendida como negação do direito de existência de Israel.
O clube da Bundesliga encerrou o contrato com o ponta de 28 anos em 3 de novembro, logo após uma publicação feita por El Ghazi nos stories do Instagram. Ele apoiava palestinos no começo da guerra.
Inicialmente, o Mainz tinha apenas afastado o jogador, alegando que ele teria tomado uma posição “inaceitável” em relação à guerra. El Ghazi chegou a ser reincorporado após receber uma advertência e, segundo o clube, “mostrar arrependimento”.
El Ghazi entrou em apenas três jogos do Mainz
Como resposta, o clube alegou que “não entendeu” e “ficou surpreso” com a posição do atacante. O contrato de El Ghazi foi encerrado dois dias depois. O jogador, então, publicou: “Defenda o que é certo, mesmo que isso signifique ficar sozinho”.
Ele ficou menos de dois meses no clube alemão. El Ghazi estava livre no mercado após deixar o PSV e assinou com o Mainz 05 por duas temporadas. O atacante entrou em apenas três jogos.
Veja texto do post de El Ghazi
“Isso não é uma guerra.
Quando um lado corta água, comida e eletricidade do outro, então não é guerra.
Quando um lado tem arma nuclear, então não é guerra.
Quando um lado é patrocinado com bilhões de dólares, então não é guerra.
Quando um lado utiliza Inteligência Artificial para espalhar desinformação sobre o outro, não é guerra.
Quando a rede social censora o conteúdo de um lado e não do outro, então não é guerra.
Isso não é um conflito, não é uma guerra.
Isso é um genocídio e destruição em massa e estamos testemunhando acontecer ao vivo.
Do rio ao mar, a Palestina será livre”.