Desde sua chegada ao poder Jair Bolsonaro e seu governo implantam uma metódica política de enfraquecer a estrutura institucional no âmbito da cultura, do meio ambiente e da proteção dos povos indígenas. A Fundação Cultural Palmares, por exemplo, foi quase extinta e muito atacada pelas bombas que os aliados do presidente lançaram quase diariamente para destruir os direitos dos negros.
A missão do futuro governo é grande e deve, na avaliação do membro da Negritude do PSB, Euclides Viera, resgatar à dignidade de todos os brasileiros e, de forma especial, dos povos originários, dos pretos, das mulheres e da comunidade LGBTQIA+.
Euclides, que é dirigente histórico do partido do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, trabalha em conjunto com o seu time para ampliar a participação da comunidade preta no futuro governo. Além de defender a criação do Ministério da Igualdade Racial, o dirigente apostou no fortalecimento da cultura de matriz africana.
Para isso, conta ele, é necessário reconstruir a Fundação Palmares, símbolo de resistência e da divulgação da cultura negra. “A Palmares foi atacada, massacrada e desmontada no governo persecutório que logo findará”, lembra Euclides, que é do Maranhão radicado no Planalto Central do Brasil.
Apoio
Euclides Vieira e seus aliados sabem que para reconstruir a Palmares é preciso muitos mais que dedicação e união dos movimentos negros de todo o país. “É preciso apoio político forte”. Ele acredita que os movimentos negros terão vozes de defesa no novo Congresso e também no governo Lula.
Uma dessas vozes será do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), que integra a Comissão de Transição da equipe de Lula.
“Flávio Dino, quando foi governador teve iniciativas de impacto para a população negra do Maranhão. Ele criou politicas de Saúde Integral para População Negra, além de apoiar todas as bandeiras de lutas do povo negro maranhense pela igualdade racial”, lembrou Euclides, cotado para ser dirigente da Fundação Palmares.
Palmares
A Fundação Palmares surgiu em 1988, como várias outras instituições brasileiras de diversos âmbitos, por força da Constituição promulgada naquele ano, que estabelecia as bases de um novo Brasil democrático após 21 anos de ditadura militar. A Fundação sempre foi uma espécie de prima pobre do Ministério da Cultura. Na última década seu orçamento caiu 75%, segundo uma informação obtida pelo site Alma Preta, centrado em questões afro-brasileiras.