O policial civil Gabriel Tortura Chaves, suspeito de matar um torcedor do Goiás após o jogo contra o Flamengo, foi solto no início da tarde desta sexta-feira (1º) em audiência de custódia, em Goiânia. A vítima, Helênio Rodrigues Cardoso Filho, de 30 anos, foi baleada no estacionamento do Estádio Serra Dourada.
Ao saber da soltura do policial, o comerciante Francisco Emi Carritilha, tio da vítima, ficou decepcionado.
“O policial está solto, está livre e o meu sobrinho condenado a ficar preso num caixão. Obrigado, Justiça. Muito obrigado. Fiquei sabendo agora e com surpresa, desagradável surpresa. Eu esperava mais dessa Justiça”, desabafou.
Na quinta-feira (31), quando a vítima foi baleada, o policial foi preso e teve a arma apreendida. Na data, a Polícia Civil informou, por meio de nota, que ele havia sido “autuado em flagrante, inicialmente pelo crime de homicídio tentado”.
No entanto, nesta sexta-feira, Helênio morreu, e o preso foi encaminhado para a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH). A corporação não informou se o homem estava de folga ou não na noite da partida.
A família do torcedor está arrasada e indignada com a morte do rapaz. Enquanto esperava o corpo do sobrinho chegar ao cemitério, o tio também falou sobre a perda.
“O que as autoridades de segurança pública tentam fazer é desconstituir a imagem da vítima. […]Ele era muito querido. Estamos sabendo que, nas redes sociais, estão batendo palmas como se fosse mais um bandido morto. Ele nunca foi bandido. Sempre foi trabalhador, um excelente filho”, afirmou.
Helênio Rodrigues Cardoso Filho morreu após ser baleado em jogo contra o Flamengo, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O corpo do torcedor esmeraldino está sendo velado na tarde desta sexta-feira (1º) no Cemitério Jardim das Palmeiras. O enterro do corpo dele está agendado para 19h, no mesmo lugar.
Segundo a Polícia Militar, houve um desentendimento entre torcedores rivais após o jogo entre Goiás e Flamengo, que terminou empatado em 2 a 2. De acordo com a equipe, depois de ser baleado, Helênio foi socorrido, levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas morreu durante uma cirurgia.
Amor ao time
Os parentes disseram que Helênio foi torcer pelo Goiás, no jogo contra o Flamengo, na companhia do pai e do irmão. No entanto, os familiares acabaram se desencontrando em confusão na saída do estádio, quando a vítima foi baleada.
Os familiares contaram que Helênio é esmeraldino desde criança, que ele é torcedor e sócio do Clube, mas que não faz parte da torcida organizada do time e não tinha perfil violento.
“Não é do perfil dele. Ele nunca se envolveu em briga, era uma pessoa extremamente tranquila, pacata”, disse o primo da vítima, Hugo Santos.
Por meio de nota, o Goiás Esporte Clube lamentou a morte do torcedor. “Tal ato de violência foi um duro golpe, e abalou a toda família esmeraldina, que está de luto”. O comunicado também informa que irá cobrar das “autoridades policiais a investigação e punição do culpado”.