Estaduais comemoram aniversário de 86 anos de Goiânia

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O presidente da Assembleia Legislativa deputado estadual Lissauer Vieira (PSB) se diz um goianiense de coração e afirma ter muito a elogiar a Capital do Estado que nesta quinta-feira, 24 de outubro, completa 86 anos. “A cidade de Goiânia nos orgulha muito. A capital do coração do Brasil, a capital do centro-oeste brasileiro e do cerrado. Cresceu muito e se desenvolveu muito e hoje é referência para nosso país. Nós só temos a agradecer e elogiar a todos os cidadãos goianienses”, disse.

Lissauer Vieira destacou ainda que a Assembleia Legislativa tem colaborado com o crescimento e a qualidade de vida em Goiânia. “Contribui e tem contribuído muito. Nós temos muitas pautas importantes aqui que dizem respeito ao desenvolvimento de Goiânia e Região Metropolitana. E esse desenvolvimento ordenado reflete muito no desenvolvimento da cidade de Goiânia. E apesar de não ser goianiense, fico feliz de estar aqui à frente do Poder Legislativo ajudando no desenvolvimento de Goiás e, principalmente, da nossa capital referência”, reconheceu.

Vários dos 41 deputados nasceram em Goiânia ou tem a capital e região metropolitana como suas bases eleitorais porque vivem na cidade há muito tempo. Entre eles estão Bruno Peixoto (MDB), Virmondes Cruvinel (Cidadania), Vinícius Cirqueira (Pros), Cláudio Meirelles (PTC), Talles Barreto (PSDB), Thiago Albernaz (Solidariedade), Eduardo Prado (PV), Cairo Salim (Pros), Alysson Lima (Republicanos), Charles Bento (PRTB), Delegada Adriana Accorsi (PT) e Henrique Arantes (MDB). Todos eles tem estreita relação política com Goiânia e sua população.

Virmondes Cruvinel, que já foi vereador em Goiânia por três mandatos, é filho de ex-vereadores da capital e de ex-deputados estaduais. O parlamentar tem uma estreita relação com a cidade que reconheceu seu trabalho de militância política ainda muito cedo. Não é por menos que ele tenha um carinho especial pela cidade. “É realmente uma alegria poder celebrar mais um ano de aniversário de Goiânia. Celebrar esse histórico que vem sendo consolidado ao longo dos anos”.

Virmondes também tem uma preocupação com o futuro da cidade. “Goiânia merece ser pensada para o futuro ainda com mais planejamento. Precisamos cobrar posicionamentos, inclusive dos representantes públicos no que diz respeito a nossa atualização do nosso Plano Diretor. E principalmente que não deixem obras apenas para o último ano de mandato, em véspera de eleição. Que seja feito investimento em todos os cantos da cidade, mas ao longo de todo o mandato. Que essa reflexão fique aí para os futuros gestores, mas de modo muito festivo nós celebramos esse aniversário”, refletiu.

Adriana Accorsi é filha do ex-prefeito de Goiânia, Darci Accorsi, eleito em 1992. A parlamentar, que também é delegada da Polícia Civil, licenciada, está no segundo mandato e de igual modo tem uma estreita relação com a capital. Apesar de ter nascido em Itapuranga, Adriana expressa alegria em viver na cidade desde muito jovem. “Goiânia é uma cidade especial no meu coração. Goiânia me acolheu. É a cidade que eu escolhi para criar minha família, minha filha nasceu aqui. Além de amar eu tenho profunda gratidão por Goiânia. Eu desejo parabéns a cidade e que ela possa cada vez mais ser essa cidade acolhedora, que as pessoas que vivem aqui sejam felizes e que, sobretudo, a gente possa proteger os direitos dos mais humildes”, concluiu.

Thiago Albernaz também possui uma estreita relação com Goiânia. Ele é filho da cidade e neto de Nion Albernaz, que foi prefeito da capital por três mandatos. O deputado se diz feliz por viver na cidade, sua base eleitoral e trabalha pela melhoria do centro do poder goiano. “Goiânia é sim uma cidade privilegiada. Goiânia chega aos seus 86 anos, sem sombras de dúvidas, com boas administrações. Todo mundo deixou a sua semente e plantou no nosso município. Agora Goiânia precisa pensar em novos ares, precisa acompanhar esse mundo digital que aí está. Acredito que é necessário um salto de desenvolvimento na nossa capital para que a gente não diminua o ritmo de crescimento nesse momento. Estamos vendo grandes municípios, grandes metrópoles se desenvolverem, nós não podemos deixar Goiânia ficar parada nesse salto de desenvolvimento. Essa é a preocupação que eu tenho nos dias de hoje e acredito que Goiânia precisa acompanhar isso otimizando a sua gestão e aprimorando cada vez mais a aplicação dos recursos públicos”, defendeu.

História de Goiânia

Goiânia surgiu em meio às transformações políticas da década de 1930. Mas a discussão acerca da mudança da capital já vinha sendo tratada por diversos seguimentos da sociedade goiana. Isso porque a Cidade de Goiás, que foi a primeira capital goiana, fundada no século XIII, havia surgido em função do ciclo do ouro naquela época, mas que já havia se exaurido. Com isso as cidades estavam mais ligadas à criação de gado e ao desenvolvimento de atividades agrícolas e essas novas formas de produção econômica passaram a ter maior importância e a estimular a construção de uma nova capital, mais ao sul do Estado, o que acabou acontecendo.

Foi aí que as discussões sobre a transferência da capital se acentuaram. Na década de 1930 um fato histórico impulsionou essa vontade expressa em vários segmentos sociais e políticos. A revolução liderada pelo então presidente Getúlio Vargas impôs uma renovação de das lideranças políticas nacionais e regionais. Nesse período, o regime de Vargas formou aliança com lideranças políticas goianas, como o médico Pedro Ludovico Teixeira, que foi nomeado interventor do Estado de Goiás. O jovem político imprimiu um projeto de renovação no Estado e acelerou o processo de mudança da capital. Em 1932 Pedro Ludovico instituiu uma comissão com a missão de escolher a melhor região para a qual a nova capital deveria ser transferida.

A escolha levou em conta a existência de cidades já existentes, em razão disso Goiânia foi definida para ser implantada nas imediações de Campinas, atualmente o bairro mais antigo da capital. Mas a escolha não pôs um ponto final no processo de construção de Goiânia. Grupos oligárquicos que dominavam a ceara política foram resistentes à mudança, no entanto, apesar das adversidades, Pedro Ludovico confirmou o projeto de mudança no ano de 1933. E assim no dia 24 de outubro daquele mesmo ano o interventor fez o lançamento da pedra fundamental que deu início a construção da cidade de Goiânia.

O nome da nova capital que iria surgir no cerrado do centro oeste brasileiro não foi uma escolha pessoal do interventor do Estado. Pedro Ludovico promoveu um concurso, vencido pelo professor Alfredo de Castro. O nome Goiânia começou a ser utilizado no ano de 1935 para a nova capital. Foi também em 1935 que o fundador de Goiânia deu início, por meio de decreto, à transferência da Casa Militar, da Secretaria Geral e da Secretaria de Governo para a nova capital. Ao longo dos meses seguintes o restante da estrutura administrativa foi gradativamente sendo transferida até que no dia 23 de março de 1937 foi oficializada, em definitivo, a transferência da capital da Cidade de Goiás para Goiânia.

Apesar desse marco histórico existe um outro particular sobre a mudança da capital. O evento oficial que sacramentou o início do funcionamento da nova capital ocorreu apenas no dia 5 de julho de 1942, no Cine Teatro Goiânia. Para celebrar a data foram convidados Ministros, autoridades e representantes da presidência da República, artistas e diversas personalidades da sociedade civil organizada.

Projetada para 50 mil habitantes

Goiânia foi projetada pelo arquiteto e urbanista Atílio Correia Lima, em estilo Art Déco, e para uma população estimada em 50 mil habitantes num período de 50 anos. Mas a euforia com a nova capital atraiu olhares, interesses e a expansão urbana da jovem capital foi rápida e o plano diretor teve de sofrer alterações antes do prazo estabelecido inicialmente para a criação de novos bairros e implantação de serviços públicos, como pavimentação asfáltica.

Entre as décadas de 1940 e de 1950, a nova capital de Goiás já registrava um crescimento superior ao planejamento inicial, que era de 50 mil habitantes. Da população de mais de 53 mil pessoas em 1950, cerca de 40 mil, perto de 75%, viviam em território urbano, formado basicamente pelos bairros Central, Norte, Sul, Oeste e cidade satélite. Até 1955 Goiânia experimentou um crescimento considerado moderado para uma cidade recém-implantada. No entanto, o crescimento demográfico aumentou consideravelmente devido a uma série de fatores, tais como a chegada da estrada de ferro em 1951, a retomada da política de interiorização de Vargas entre 1951 e 1954, a inauguração da Usina do Rochedo em 1955, a construção de Brasília entre 1956 e 1960, as obras viárias que promoveram a ligação do Planalto Central com o resto do País. E uma das leis aprovadas por Eurico Viana, então prefeito da cidade, que consistia em não obrigar os donos de loteamentos em oferecer estrutura urbana nos novos bairros causou o surgimento de cerca de cem novos na cidade em regiões mais distantes, como Jardim Balneário Meia Ponte, Universitário, Coimbra e Aeroporto. Nessa década, a capital goiana ganhou mais 125 bairros. Em 1960, Goiânia já contava com mais de 150 mil habitantes.

A então jovem capital, que já está perto do centenário, chega aos 86 anos como uma das cidades mais pujantes do país. A população do município de Goiânia em 2018, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 1,5 milhão de habitantes, sendo o município mais populoso do Estado e o 11º mais populoso do Brasil. O principal motivo para o alto crescimento da população está na proximidade de Goiânia com Brasília, que impulsionou o crescimento do município e a região geográfica compreendida entre esta e a capital federal, tornando o Eixo Goiânia-Brasília o terceiro maior aglomerado populacional do país, reunindo cerca de nove milhões de pessoas em 2011. E graças ao seu elevado padrão de vida e atração de investimentos tem tudo para se transformar numa das mais importantes metrópoles brasileiras. – ALEGO

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