Aumento da população em situação de rua mobiliza comerciantes, polícia e Poder Público de Luziânia

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Durante o encontro, ficou claro que o problema transcende a esfera municipal. A proximidade com Brasília, aliada à fragilidade das políticas públicas sobre drogas e saúde mental, tem feito da região um destino frequente para pessoas em situação de rua vindas de diferentes localidades. (Fotos: Divulgação)

A cidade de Luziânia e o distrito do Jardim do Ingá estão enfrentando um problema social cada vez mais visível e alarmante: o aumento expressivo de pessoas vivendo em situação de rua. Dados apresentados pela Polícia Militar durante uma audiência pública apontam que já são mais de 200 indivíduos nesta condição, número que representa não apenas um desafio humanitário, mas também um impacto direto no cotidiano do comércio local e na segurança urbana.

Diante desse cenário, a vereadora Professora Edna, em parceria com comerciantes e representantes de diversos setores, liderou uma audiência pública nesta sexta-feira, dia 25 de abril, com o objetivo de debater a questão e buscar soluções efetivas. A reunião foi marcada por falas contundentes e um sentimento comum de urgência. Edna não apenas conduziu os debates, mas também uniu forças com o setor produtivo da cidade — especialmente os comerciantes — que vêm sendo diretamente afetados pelo aumento da vulnerabilidade social nas ruas.

“A situação já passou do limite da invisibilidade. É preciso agir com responsabilidade, empatia e, acima de tudo, com políticas públicas eficazes”, destacou a vereadora, ao propor a criação de um comitê intersetorial para monitorar e articular ações permanentes.

Durante o encontro, ficou claro que o problema transcende a esfera municipal. A proximidade com Brasília, aliada à fragilidade das políticas públicas sobre drogas e saúde mental, tem feito da região um destino frequente para pessoas em situação de rua vindas de diferentes localidades. A ausência de políticas coordenadas entre os entes federativos e a falta de estrutura adequada para acolhimento agravam ainda mais o problema.

O comandante do 5° Comando Regional da PMGO, tenente-coronel Arantes, apontou as limitações operacionais da segurança pública diante do enfraquecimento das redes de apoio social. Segundo ele, muitos dos abordados se recusam a receber ajuda, o que revela a complexidade do tema, muitas vezes ligado a dependência química, transtornos mentais e rompimento de vínculos familiares. A PM local destina duas viaturas só para atender ocorrências envolvendo pessoas em situação de rua.

Ainda assim, a audiência foi marcada por uma rara convergência de vozes. Poderes Executivo e Legislativo, forças de segurança, sociedade civil e o setor comercial construíram juntos uma carta de compromisso que pretende romper com o ciclo de inércia geralmente associado a encontros desse tipo. Entre as ações propostas estão: a realização de um diagnóstico detalhado da situação, a ampliação de políticas sociais, campanhas de conscientização e a criação de um fundo municipal de apoio à população em situação de rua.

A próxima reunião do grupo já tem data marcada: 14 de maio. Até lá, a expectativa é que o projeto de lei citado pela vereadora Professora Edna — que pretende dar respaldo jurídico ao comitê intersetorial — avance no Legislativo. “Luziânia não pode fechar os olhos. Estamos falando de vidas humanas e de um problema que nos afeta a todos. Precisamos construir um futuro mais justo e acolhedor, com ações conjuntas e compromisso real”, concluiu a parlamentar.

A união entre os representantes públicos e o setor comercial, neste momento, sinaliza uma virada importante no enfrentamento dessa questão. Resta saber se a mobilização conseguirá se manter firme no longo prazo — e, principalmente, se as promessas se transformarão em políticas concretas. Por: André Teixeira – 62 999907919.

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