
O iminente aumento das passagens de ônibus entre as cidades do Entorno do Distrito Federal e Brasília acende um alerta vermelho para milhares de trabalhadores que dependem do transporte público diariamente. Caso a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprove o reajuste, que pode chegar a 10%, o impacto social pode ser devastador, comprometendo o orçamento das famílias e até mesmo levando muitos goianos ao desemprego.
O transporte coletivo sempre foi um dos maiores desafios para a população do Entorno, que enfrenta dificuldades históricas, como tarifas elevadas, falta de qualidade no serviço e superlotação. O aumento previsto, que pode ocorrer ainda em fevereiro, traria um agravamento dessa situação, funcionando como um verdadeiro castigo para os passageiros justamente no período do carnaval.
Reação do governo de Goiás
A reação do governo de Goiás foi rápida. O governador em exercício, Daniel Vilela, e a secretária de Estado do Entorno, Carol Fleury, articulam uma reunião urgente com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e prefeitos da Região Metropolitana para tentar impedir o aumento abusivo das tarifas. Essa mobilização ganha ainda mais força porque Vilela e Ibaneis são do mesmo partido, o MDB, o que pode facilitar um entendimento político para barrar o reajuste.
O governo goiano tem reforçado que um aumento das tarifas neste momento representaria um golpe duro para a economia das famílias do Entorno, que já lidam com baixos salários e um custo de vida cada vez mais alto. Além disso, há uma preocupação real de que o aumento das passagens provoque um efeito cascata, resultando em mais inadimplência, evasão escolar e até mesmo aumento na taxa de criminalidade, uma vez que o transporte caro dificulta o acesso ao emprego formal.
A luta para impedir esse reajuste não é apenas uma questão de equilíbrio econômico, mas uma batalha pelos direitos da população que, diariamente, enfrenta horas no transporte público para garantir o sustento de suas famílias. Caso a ANTT insista no aumento, os governantes do Entorno e do Distrito Federal terão que buscar soluções emergenciais para minimizar os impactos, como subsídios, revisão dos contratos de concessão e até mesmo um novo modelo de transporte integrado e acessível.
O que está em jogo é muito mais do que um simples reajuste tarifário. Trata-se da sobrevivência de milhares de trabalhadores e do futuro da região. Agora, resta saber se a força política do MDB conseguirá impedir essa tragédia social ou se a população do Entorno terá que arcar, mais uma vez, com o peso da negligência e dos interesses privados sobre o bem comum.Por: André Teixeira – 62999907919.