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Bolsonaro diz que Cid “é decente e não vai inventar nada”

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Com a corda no pescoço, o ex-presidente Jair Bolsonaro diz não ter qualquer temor em relação à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de obras. Para o Capitão, “Cid é decente e não inventar nada” nas oitivas da Polícia Federal. A declaração foi feita um dia antes de se submeter a uma cirurgia para corrigir hérnia de hiato e desvio de septo, na manhã de terça, 12, na suíte do hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

“O Cid era de confiança. Tratava das minhas contas bancárias. Um supersecretário. Mas ele não participava de nada”, disse em entrevista a Mônica Bergamo, do Folha de S. Paulo. “Ele foi pessoa de minha confiança ao longo dos quatro anos [de governo]. Fez um bom trabalho. E tinha aquela vontade de resolver as coisas. O telefone dele, por exemplo, eu chamava de muro das lamentações. Não só militares, mas civis que queriam chegar a mim, vinham através dele.”

A entrevista foi concedida na presença dos advogados Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de seu governo, e Paulo Cunha Bueno, além de um assessor pessoal. Para justificar a ausência de Cid em compromissos oficiais, Bolsonaro deu como exemplo encontros com os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Donald Trump, dos Estados Unidos. “Éramos eu e o intérprete. Ele [Cid] nunca estava [presente nas conversas]. Ele agendava, ali, os horários de encontros com chefes de Estado, com ministros, com autoridades, com comandantes de força. Mas nunca participou dessas reuniões. Quando você conversa com os [generais] quatro estrelas, não fica nenhum tenente-coronel do lado. Até mesmo por uma questão de hierarquia.”

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