As supostas provas enviadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que rádios do Nordeste estariam priorizando inserções do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em detrimento ao atual presidente. Uma manifestação foi encaminhada à Justiça Eleitoral na terça-feira, 25
De acordo com apuração do UOL, a metodologia utilizada no levantamento —com relatórios gerados por um algoritmo que captura áudio emitido via streaming— apresenta sinais de inconsistência e pode gerar dados imprecisos e/ou incompletos.
Uma das controvérsias em relação aos dados divulgados pela campanha de Bolsonaro: o monitoramento de rádios via software é realizado por webcast — transmissão ao vivo de áudio e vídeo utilizando a tecnologia de streaming. O conteúdo que vai pela internet, no entanto, não é necessariamente o mesmo transmitido via sinal de radiodifusão..
A campanha cita o caso de oito rádios da Bahia e de Pernambuco que teriam apresentado mais inserções de Lula do que de Bolsonaro. De acordo com uma auditoria contratada pela campanha do presidente da República, do 7 a 14 de outubro, foram 1.835 inserções de Lula e 1.105 de Bolsonaro, uma diferença de 730 inserções.
Os advogados do presidente não especificam na petição se o link de armazenamento digital disponibilizado ao TSE contém a indicação de todas as rádios, horários e dias em que ocorreram supostas fraudes, conforme havia sido solicitado pelo ministro Alexandre de Moraes. Eles dizem apenas que o arquivo possui todos os dados gerados pela plataforma da Audiency no recorte analisado (7 a 14 de outubro) e que “balizaram o estudo técnico”.
Além de apresentar a relação das emissoras que teriam beneficiado Lula, a campanha de Bolsonaro ainda afirmou que essas rádios veiculam mais inserções do PT que o permitido por lei. Algumas chegaram a exibir mais de 50 – quando o máximo seria de 25 inserções diárias.
Por causa disso, a campanha pediu que o TSE determine a suspensão da propaganda de rádio da coligação de Lula em todo o país.