Após meses de debate sobre a possibilidade de mudança do Carnaval de Salvador para a orla da Boca do Rio até Patamares, a prefeitura da capital baiana decidiu que não há tempo hábil para a alteração e o circuito Barra-Ondina será mantido em 2023. O anúncio foi feito pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis, nesta sexta-feira, 19.
O prefeito de Salvador também pontuou que, no diálogo com os setores envolvidos, o empresariado e o trade turístico apontaram que já estavam vendendo os pacotes do próximo ano para o circuito Barra/Ondina.
O gestor municipal prometeu ainda o maior carnaval da cidade, após dois anos sem a realização da festa. “Se preparem, porque também nós vamos realizar em 2023 o maior Carnaval da história de Salvador. Carnaval cultural, carnaval tradicional, carnaval aqui do Centro, o carnaval dos bairros, do Circuito Dodô, todos terão um apoio e presença da Prefeitura ainda maior. Independentemente desse debate, dessa discussão, nós já vínhamos planejando a folia”, disse.
Projeto do Comcar
Na última quinta-feira, 18, o Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), apresentou a proposta de um novo circuito para o Carnaval de Salvador, que passaria a ser na orla da Boca do Rio. O projeto foi apresentado ao prefeito Bruno Reis em um reunião realizada no Palácio Thomé de Souza, e contou com as presenças de representantes da entidade, além do presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington.
A ideia surgiu ainda no início de junho, anunciada ainda como um estudo prévio sobre a possibilidade de remanejar o local da folia. A pauta polêmica logo ganhou alguns episódios, como uma grande rejeição do público e o posicionamento de artistas locais contrários à possibilidade.
Entre o fim de julho e o início de agosto, a rejeição ganhou coro e recebeu reforços de bandas como o Olodum e artistas como o icônico Bell Marques. Bell demonstrou incômodo por não ter sido consultado e defendeu que, antes de se pensar em transferir o circuito se fizesse um pré-carnaval para avaliar os efeitos da mudança.
Vovô do Ilê, fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiyê pediu que a prefeitura deve dar mais atenção ao circuito Osmar, no Campo Grande, o mais tradicional do carnaval de Salvador.