As garantias de segurança exigidas pela Rússia nos meses que precederam a invasão da Ucrânia já não têm mais valor, disse neste sábado, 12, o vice-premiê russo de Relações Exteriores, Serguei Riabkov.
Enquanto a guerra era apenas uma ameaça, o Kremlin pedia, para não tomar nenhuma ação militar, a garantia de que antigas repúblicas soviéticas como Ucrânia, Geórgia e Moldova não integrariam a Otan e a retirada de tropas da aliança de países ex-comunistas, freando a presença nas vizinhanças russas.
“A situação mudou completamente. A questão agora é alcançar a implementação dos objetivos de nossos líderes”, disse ele, referindo-se à “desmilitarização” da Ucrânia exigida pelo Kremlin. “Se os americanos estiverem dispostos, podemos, é claro, retomar o diálogo”, acrescentou, afirmando que Moscou estava aberta a discutir acordos para limitar os arsenais nucleares. “Tudo depende de Washington”, afirmou.
Em entrevista à TV russa, Riabkov também disse que alertou os EUA de que as tropas russas podem atacar o envio de armas para a Ucrânia. “Nós alertamos os Estados Unidos que a entrega de armas que eles estão orquestrando de uma série de países não é apenas um ato perigoso, mas também transforma esses comboios em alvos legítimos”, disse, citando particularmente sistemas de defesa aérea portáteis e sistemas de mísseis antitanque.
Após uma aparente desaceleração da ofensiva russa, o governo da Ucrânia afirmou neste sábado esperar uma nova onda de ataques em Kiev, na cidade de Kharkiv e no Donbass, região na qual estão localizados separatistas pró-Moscou reconhecidos como independentes pelo presidente Vladimir Putin.