Mundo se reúne para reconstruir seu futuro. E Brasil não aparece

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Bolsonaro acompanhado do Ministro da Economia Paulo Guedes. Foto: Alan Santos/PR

O governo brasileiro não faz parte de uma lista de mais de 50 países e entidades internacionais que se reuniram nesta quinta-feira para traçar uma estratégia para uma recuperação sustentável do mundo pós-pandemia. O evento, sob comando da ONU, foi liderado pelo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e da Jamaica, Andrew Holness. Banco Mundial, FMI e outras instituições também estiveram presentes.

Países como Argentina, Haiti, Costa Rica e Colômbia, além da UE, França, Alemanha, Japão e Reino Unido fazem parte da lista de países que farão parte do debate. O governo de Donald Trump tampouco faz parte da iniciativa. A coluna apurou que, para participar do encontro, países teriam de ser representados pelo chefe-de-estado ou de governo. Todos, inclusive Jair Bolsonaro, foram convidados.

Seis grupos de trabalho para lidar com diferentes assuntos iniciarão agora uma negociação e avaliação de medidas concretas. Em julho, propostas serão apresentadas sobre financiamento de países em desenvolvimento, suspensão da dívida, clima e a reconstrução do mundo sob novas bases. “Lançamos uma parceria para pensar em soluções reais”, declarou o primeiro-ministro da Jamaica.

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, confirmou que a reunião foi “o maior evento” entre chefes-de-estado e de governo desde o começo da pandemia. Pedindo “humildade”, o chefe da diplomacia das Nações Unidas mandou um recado a líderes que não estejam levando a crise à sério: “recusar a gravidade é arrogância”.Trudeu indicou que o mundo “começou uma conversa sobre como sair dessa crise com um mundo mais forte”.

Para ele, a crise demonstra que o “mundo precisa multilateralismo como nunca precisou antes”. Há duas semanas, numa outra reunião da ONU, o chanceler Ernesto Araújo sugeriu o termo “multilateralismo” deixasse de ser usado, já que ele implicaria uma “ideologia”. Para ele, palavras que terminam com “ismo” se referem a uma ideologia.

Araújo aposta numa nova ordem internacional, no momento pós-pandemia, construído a partir de cinco ou seis países. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, com Bolsonaro, o chanceler afirmou que estava seguro que o Brasil faria parte dessas novas potências que vão redesenhar o mundo. Nesse projeto, porém, não haveria lugar garantido para a ONU, pelo menos não em seu formato atual.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro tampouco participou da Assembleia Mundial da Saúde, espaço ocupado pela Colômbia e Paraguai. Procurado, o Itamaraty não explicou se Bolsonaro foi ou não convidado. Em abril, o governo ficou ainda de fora de uma aliança internacional para o desenvolvimento de uma vacina. Mas o governo prepara uma reunião inter-ministerial para avaliar como fazer parte da iniciativa.

Fonte: UOL Economia

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