O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira (15/4) que não aceitou a demissão do secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira. Mandetta afirmou ainda que todos continuarão trabalhando juntos até o momento de deixar o Ministério da Saúde também juntos.
“Hoje teve muito ruído por causa do Wanderson. O Wanderson falou que mandou para o setor dele falando que ia sair, aquilo chegou para mim e eu já falei que não aceito. O Wanderson continua, está aqui e acabou esse assunto. Nós vamos trabalhar juntos até o momento de saírmos juntos do Ministério da Saúde”, afirmou Mandetta logo no início da coletiva feita para atualizar os dados nacionais dos casos do novo coronavírus.
Ao lado do secretário de Viligância em Saúde e do secretário-executivo, João Gabbardo, Mandetta afirmou que fez questão de participar da coletiva.
Nos bastidores, a demissão de Mandetta é esperada pelos servidores da Saúde. Alguns acreditam que o ministro deixe o cargo ainda esta semana. O presidente Jair Bolsonaro estaria procurando um substituto para ocupar o cargo de Mandetta.
Ao responder sobre a própria permanência na pasta, Mandetta que só deixara o ministério diante de três situações. “Eu deixei muito claro aqui pra vocês que deixo o Ministério da Saúde em três situações. Uma quando o presidente não quiser mais o meu trabalho; a segunda quando, se eventualmente, imagina se eu pegar uma gripe dessa e tenho que ser afastado por forças além da minha vontade. E a terceira quando eu sentir que meu trabalho feito já não é mais necessário que seja continuado”, declarou Mandetta.
O atual ministro ainda falou do ex-ministro e deputado federal Osmar Terra ao citar exemplos de pessoas que seguem outras visões no enfrentamento da crise. Terra criticou o trabalho de Mandetta e tem o discurso parecido com o do presidente, que acredita que só o isolamento seletivo, feito apenas com pessoas dos grupos de risco, poderia conter a expansão do novo coronavírus. “Ninguém é dono da verdade. Eu não sou, o Wanderson não é e o Gabbardo não é. Temos um conjunto de informações que nos levam a ter essa conduta de cautela. Parece que eu sou contra o presidente e o presidente é contra mim, não, são visões diferentes do mesmo problema. Se tivesse uma visão única seria um problema muito fácil de solucionar”, afirmou o ministro.
O ministro ainda ressaltou o trabalho feito pela equipe do Ministério da Saúde durante a crise criada pela pandemia do novo coronavírus. “Nós fizemos uma trabalho muito elogiado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Banco Mundial”, pontuou.