Para apurar a origem e autoria do vazamento de óleo, que atingiu mais de 250 praias do Nordeste, entre os meses de agosto e outubro, a Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira, 1º, a Operação Mácula, com dois mandatos de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
A ação é em conjunto com a Marinha do Brasil, Ministério Público Federal, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, Agência Nacional do Petróleo, a Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília e Universidade Estadual do Ceará, e com empresa privada do ramo de geointeligência.
Segundo informações da PF, em meados de setembro começaram as investigações, buscando a localização da mancha inicial de petróleo cru em águas internacionais, a aproximadamente 700km da costa brasileira, em sentido leste, com extensão ainda não calculada. A suspeita é que o derramamento inicial aconteceu entre os dias 28 e 29 de julho.
Conforme informações da Marinha, a partir da descoberta da área inicial e com dados sobre o tráfego marítimo do Centro Integrado de Segurança Marítima (CISMAR), foram encontrados, inicialmente, um número de 1100 navios, que após um refinamento passou para 30 navios-tanques que passaram pelo local.
Durante a investigação foi possível identificar um navio petroleiro por meio de uso de técnicas de geointeligência e cálculos oceanográficos regressivos. A embarcação, que navegou em área considerada suspeita, é de bandeira grega e atracou na Venezuela dia 15 de julho, onde permaneceu por três dias no país.
O derramamento de óleo pode ter ocorrido quando o navio saiu do país vizinho e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, até aportar na África do Sul. A embarcação é vinculado, inicialmente, à empresa de mesma nacionalidade, mas não há maiores informações sobre a propriedade do petróleo transportado pelo navio identificado.
A Polícia Federal segue com as investigações, inclusive no exterior com o apoio de cooperação internacional pelo canal da Interpol para descobrir dados adicionais do navio.
Diversos exames periciais são realizados, segundo a PF, no material oleoso recolhido em todos os estados brasileiros atingidos e nos animais encontrados mortos, que já houve a constatação de asfixia por óleo, assim como a similaridade de origem entre as amostras.