Início Bem Estar De olho em Tóquio-2020, nadator troca a Bahia pelo Rio de Janeiro

De olho em Tóquio-2020, nadator troca a Bahia pelo Rio de Janeiro

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Na luta para conquistar a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020,  o nadador baiano Allan do Carmo, de 30 anos, decidiu trocar a Bahia pelo Rio de Janeiro e passará a ser acompanhado pelo treinador paulista Fernando Possenti. O atleta já iniciou os treinamentos no Rio, no Complexo Aquático Maria Lenk, com o técnico Possenti a multicampeã mundial Ana Marcela.

“Agora está tudo certo”, confirmou Allan, nesta segunda-feira, 9, depois de ter chegado ao Rio direto da China, onde competiu na penúltima etapa do Circuito Mundial e ficou na 10ª colocação. A etapa chinesa do Circuito foi vencida pelo australiano Nicholas Sloman e no feminino pela baiana Ana Marcela.

“Fernando Possenti me pediu para inscrever o Allan do Carmo, numa decisão dele ou do próprio atleta”, afirmou, anteriormente, o supervisor da CBDA Ricardo Ratto. Ao chegar esta semana da China, Allan Allan confirmou a decisão.

“Lembrando que continuo representando a Bahia e sendo filiado pelo Centro de Treinamento Rogério Arapiraca (CTRA). Estamos juntos desde janeiro de 2006”, ressaltou Allan.

Seus principais títulos são os de campeão do Circuito Mundial de Águas Abertas, em 2014, e a medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio 2007. Em campeonatos mundiais, ele tem também a medalha de prata e de bronze nos 5 km por equipes.

Técnico tetracampeão mundial

Na nova empreitada contará com a orientação de Possenti, eleito por quatro vezes o melhor técnico do mundo de maratonas aquáticas pela FINA (sigla da federação internacional de natação).  Possenti treina a multicampeã mundial Ana Marcela no Time Brasil, mantido pelo COB.

Nessa nova equipe, o nadador baiano vai brigar pela vaga olímpica que de acordo com o supervisor da CBDA, Ricardo Ratto, o Brasil tem direito a buscar uma apenas no masculino.

Isso será possível na seletiva marcada para maio do ano que vem, em Fukuoka, no Japão. As duas últimas etapas do Circuito Mundial, uma delas já realizadas, serviriam de preparação para a seletiva.

Antes da decisão, Allan treinava em Salvador, na Aceb, no Costa Azul, e na piscina da Avenida Bonocô, dias de terça e quinta-feiras. O nadador parte para a batalha pela vaga olímpica pressionado, reflexo dos maus resultados obtidos nesta temporada e em outras anteriores.

O mais recente deles registrado no Mundial da Coreia do Sul, em que Allan perdeu a classificação para Tóquio-2020, conferida aos dez primeiros colocados. Ele terminou apenas na 33ª posição geral, depois de ter chegado a ser o 16º e ficou bem longe de garantir presença na terceira Olimpíada de sua carreira.

Depois do Mundial, o nadador baiano poderia ter se redimido conquistando uma medalha nos Jogos Pan-americanos de Lima 2019, mas o macacão que usava rasgou e ele terminou os 10 km da maratona aquática na 13ª colocação.

Agora a última chance de sonhar com uma Olimpíada está na seletiva, em que passará a ter a direção de Possenti.

Allan já viajou para a China sabendo que a duas últimas etapas do Circuito Mundial a CBDA não iria patrocinar as viagens. A entidade máxima da natação decidiu não investir no restante do Circuito, tendo alertado o atleta disso ao inscrevê-lo para a de Nantou, na China, no dia 7 de setembro.

“Este ano, nosso foco, em que apostamos todas as fichas, foi o Mundial da Coreia do Sul, que valia vaga para os Jogos Olímpicos de 2020. A verba foi direcionada para o treinamento de altitude visando exatamente a vaga olímpica, que infelizmente Allan e Victor Colonese não conseguiram. Agora não faz sentido investir nas etapas do Circuito, que os atletas não têm mais chances de ser campeões”, explicou Ricardo Ratto.

Allan diz contar com seus patrocinadores, a Bahiagás e o FazAtleta, para cobrirem suas despesas no restante do Circuito e as competições seguntes visando Tóquio-2020.

O nadador baiano já tinha perdido duas etapas do Circuito disputadas no Canadá, uma delas chegou a coincidir com os Jogos Pan-Americanos. Faltou também na etapa da Macedônia, disputada no dia 28 de agosto.

No caso das mulheres, as vagas olímpicas já foram definidas. Ana Marcela garantiu a dela com a quinta colocação no Mundial. A gaúcha Viviane Jungblut perdeu a vaga por pouco, por conta da 12ª colocaão.

Como nenhum dos brasileiros terminou entre os dez primeiros, Allan do Carmo e Colonese, principais nomes da maratona aquática do país, vão brigar pela única vaga que resta.

Serão dez vagas novamente, na prática valendo nove, já que uma delas está franqueda ao país anfitrião da Olimpíada. “Melhor pensar em ficar entre os nove primeiros, para garantir. Vai que o Japão não consegue ficar entre os dez”, aconselhou Ricardo Ratto, da CBDA.

Antes disso, o grupo masculino terá de se enfrentar uma seletiva nacional aberta para outros concorrentes devidamente ranqueados entre os melhores do Brasil . Essa seletiva será disputada em abril de 2020, durante o Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro.

Os principais candidatos a seguirem adiante são o gaúcho Fernando Ponte, o goiano Diogo Villarinho, entre os tradicionais rivais, e o também gaúcho Alexandre Finco. A novidade que poderá surpreender os veteranos é o garoto Enzo Putinati Khihara, nascido em junho de 2000, representante do Corinthians.

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