Diálogos: Dallagnol incentivou investigações contra Toffoli

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Novos diálogos da “Vaza-Jato” revelam que o procurador Deltan Dallagnol teria incentivado investigações contra Dias Toffoli, após o atual  presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) tomar decisões que incomodaram a força-tarefa da Lava-Jato. As mensagens datam de 2016 e foram analisadas e publicadas pelo jornal Folha de S. Paulonesta quinta-feira (1º/8).
Segundo a reportagem, Deltan buscou informações sobre finanças pessoas de Tofolli e sua esposa, Roberta Rangel, além de evidências que o aproximasse de empreiteiras envolvidas em corrupções na Petrobras. O procurador foi ao banco de dados da Receita Federal buscar informações sobre o escritório de advocacia da esposa de Toffoli e procurou informes sobre a reforma de uma casa do ministro, em Brasília, que foi reformada pela OAS.
Ao jornal, a força-tarefa da Operação Lava-Jato não entrou em detalhes sobre o conteúdo das mensagens obtidas, mas disse que é comum o intercâmbio de informações para verificar, em caráter preliminar, fatos de que o Ministério Público tenha conhecimento. “Isso impede inclusive que se dê início a apurações injustificadas”, acrescentou.
Em uma conversa com Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral, Rodrigo Janot, Deltan pede o endereço da casa reformada de Toffoli e afirma: “sei que o competente é o PGR rs, mas talvez possa contribuir com vcs com alguma informação, acessando umas fontes.”
De acordo com a Constituição, procuradores da 1ª Instância, como Dallagnol e outros integrantes da força-tarefa da Lava-Jato, não podem investigar ministros do STF. Nesse caso, a investigação cabe ao procurador-geral da República, em nome do Ministério Público Federal.

Investigações

A força-tarefa da Lava-Jato se incomodou com o fato de o ministro do STF ter mantido as investigações sobre a Eletronuclear longe de Curitiba. Além disso, ele mandou soltar o ex-ministro Paulo Bernardo após a prisão pela Lava Jato, em São Paulo. Na decisão, Toffoli afirmou que não havia elementos no processo que justificassem a manutenção da prisão preventiva.
Um mês depois da conversa instigando a investigação contra Toffoli, a revista Vejapublicou uma reportagem sobre a reforma da casa de Toffoli e mencionou a delação de Léo Pinheiro. No entanto, o delator não havia apresentado nenhuma prova sobre o assunto.
O vazamento provocou um mal-estar no STF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) interrompeu as negociações com a OAS. O assunto dividiu os procuradores. Alguns defenderam a medida. “Quando chega no judiciário, eles se fecham. Corrupção para apurar é a dos outros”, reclamou Dallagnol.
Na época, o ministro Gilmar Mendes apontou os procuradores da Lava-Jato como responsáveis pelo vazamento. Conforme a Folha, Dallagnol também teria sugerido a procura de informações referentes a Guiomar Mendes, esposa de Gilmar.

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