Um ano e nove meses depois de instalado pela Caesb, o sistema de tratamento de água de Ultrafiltração por Membranas tornou-se referência no Brasil. Técnicos de diversas empresas de saneamento e pesquisadores já estiveram na Companhia para ver de perto o funcionamento do sistema.
Nesta quinta-feira (18), a partir das 13h, a empresa Dupont Water Solutions, representante da fabricante das membranas no Brasil, vai reunir integrantes do governo, da indústria e das empresas de saneamento para uma visita à planta de tratamento de água por ultrafiltração da ETA Lago Norte – uma das maiores do Brasil com uso exclusivo desse tipo de tecnologia.
No encontro, técnicos discutirão a experiência na adoção de novas tecnologias para o saneamento e posicionamento da indústria em relação à crise hídrica, entre outros temas.
O processo de tratamento de água por membranas de ultrafiltração apresenta várias vantagens, como o elevado nível de remoção de contaminantes.
O tempo de execução de obra e o tamanho do terreno, por exemplo, foram determinantes para a escolha do sistema. Construída no período do racionamento, a ETA Lago Norte foi a solução encontrada para abastecer parte da população de Brasília com água do Lago Paranoá.
Devido à situação emergencial, a obra precisava ser rápida. Por essa razão, optou-se pelo sistema de membranas de ultrafiltração, que não exige uma área muito grande para a instalação – nem demanda uma obra civil demorada.
Em tempo recorde, apenas cinco meses, a ETA Lago Norte começou a operar com 630 módulos de membrana. Atualmente, são captados, tratados e distribuídos 700 litros por segundo para as regiões do Lago Norte, Itapoã, Paranoá, Varjão, Taquari e parte de Sobradinho e da Asa Norte.
Qualidade da água
Mas a grande vantagem do sistema de ultrafiltração por membranas é a qualidade da água. “Esse sistema dá uma segurança muito grande para a população, independentemente da época do ano. Nos métodos convencionais, há variação de resultados a depender do período e é preciso usar mais produto químico”, explica a engenheira química Cláudia Simões, coordenadora de Operação da Caesb responsável pelo sistema.
As membranas de Ultrafiltração eliminam contaminantes por um mecanismo simples de exclusão por tamanho.
Uma diferença de pressão torna possível a operação. A membrana apresenta um tamanho de corte de 0,030 micros e retém microorganismos (vírus, bactérias, protozoários como Giardia e Cryptosporidium), partículas, sólidos em suspensão, entre outros, gerando uma água tratada de excelente qualidade.
O uso de produtos químicos se restringe ao processo de limpeza das membranas e aos itens obrigatórios para garantir a potabilidade da água, segundo a legislação.
Além da ETA Lago Norte, o sistema de tratamento de Ultrafiltração por Membranas também é usado na ETA Gama, inaugurada em dezembro de 2018.
Há estudos na Caesb para adotar a tecnologia de ultrafiltração na ampliação de estações de tratamento, mas tudo em fase de projeto.