A goiana Andreya Vieira, que há dois anos e meio mora na Flórida, além de se dedicar ao canto e à dublagem está representando os ritmos brasileiros nos Estados Unidos por meio de amor, cuidado e carinho. Junto à organização Brazilian Voices, pessoas que sofrem com o câncer e idosos abandonados por suas famílias que vivem em asilos são privilegiados com a música brasileira pelo projeto Arts and Healing (“Arte e Cura”).
A organização sem fins lucrativos se resume a um grupo de cantoras com a missão de levar, por meio da música brasileira, bem-estar, amor e a cultura brasileira pelo mundo. “O Arts and Healing é incrível e é humano! Nós visitamos hospitais do câncer, hospitais infantis, escolas, asilos e cantamos quase que individualmente para cada paciente. O nosso amor e a nossa bossa são transformadores para nós e para eles. A música é um dom de Deus, e ela cura! Meu objetivo com a música sempre foi inspirar, doar, alegrar e amar. Se não for esse o propósito, não haveria sentido”, afirma Andreya.
O projeto, segundo ela, tem sido comprovado, por meio de shows de cantoras e instrumentistas, que a música brasileira é muito respeitada e bem-recebida – também em locais como asilos, escolas e hospitais. “Nossa intenção é amenizar a dor das pessoas que sofrem com essa doença terrível, que é o câncer, ou com o abandono. Por outro lado, levamos também a imagem da mulher brasileira, o que muito nos orgulha”, afirma.
Além do trabalho voluntário com idosos e doentes, Andreya trabalha em um dos mais respeitados estúdios de dublagem da Floria, o RMP Music and Arts, que tem elenco em inglês, espanhol, português e francês. O escritório é do brasileiro músico e empresário Eduardo Ramos. Trabalhar com dublagem foi, para Andreya, um desafio, mas que foi encarado com mais tranquilidade por ser uma área em que se trabalha com a voz, o que sempre esteve presente na vida da cantora. “Descobri que o mundo da dublagem é maravilhoso, e torna-se ainda mais especial, porque permite que eu use o canto para completar o meu trabalho. Além disso, é sempre bom ampliar fronteiras e aprender algo novo dentro da nossa área de atuação”, observa ela.
História
A artista começou cantando na igreja, ainda criança, e sempre fez aulas de música, dança, arte e teatro. “Com o tempo, as oportunidades foram surgindo, e comecei profissionalmente nos bares aos 16 anos. Fiz festivais, shows, trabalhei na banda do Domingão do Faustão e fiz musicais com o diretor Wolf Maya, em São Paulo. A arte sempre me proporciona experiências incríveis; cantei em lugares que nunca imaginei”, afirma Andreya.
Ela também se aventura pelo mundo das composições, e revela gostar de escrever sobre a vida, o comportamento, a natureza e, principalmente, sobre o amor. “Estamos preparando um novo álbum, misturando as culturas do Brasil e dos Estados Unidos, mas que ainda não tem um nome definido”, revela.
Como se não bastasse toda essa gama de atividades, a cantora ainda prepara um canal no YouTube, que terá a participação especial de sua filha, Liz: “O projeto com a minha filha surgiu a partir da vontade dela de cantar. Ela tem um carisma incrível, e sempre me pedem para fazer algo junto a ela mas, sempre fiquei em dúvida em relação à sua exposição. Decidimos fazer algo musical, para crianças, com conteúdo mais educativo, espiritual e puro; músicas fofas e com uma mensagem legal para as crianças nesse mundo com tanta exposição de valores contrários. Criança tem que ser criança! E vamos realizar esse trabalho, juntas, enquanto ele for para ela uma brincadeira e uma diversão!”.
A respeito de viver nos Estados Unidos e ter de encarar as naturais diferenças de língua, costumes e cultura, Andreya revela que, se existe algo de que ela se orgulha é da boa música brasileira. “A bossa nova, a MPB e o samba, aqui (nos EUA), são muito respeitados. Quando abro a boca para cantar Garota de Ipanema, nosso ritmo, nosso swing, a reação deles é de se emocionar”, conta.
Sempre que é questionada sobre a volta dela, do marido Bruno, e da filha, Liz, para o Brasil, a artista reflete o quanto a família valoriza ainda mais as pequenas coisas do País, pois não existe lugar perfeito. “Essa resposta sobre o nosso retorno é só de Deus… Nós fazemos planos, mas a resposta é dele. Amo meu País, e amo esse país aqui também! Temos de viver ao máximo – e da melhor forma – onde estamos, pois a vida é agora. Hoje, mais madura, posso dizer que não busco o sucesso; busco realização pessoal, minha família, bons amigos, e, tendo isso, todo o resto vem junto”, finaliza Andreya. – Por: Sabrina Moura