Um novo inquérito para investigar a causa da morte da estudante de arquitetura Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, será aberto pela Polícia Civil (PC). A imprensa, o delegado responsável pelas investigações, Washington da Conceição, disse que uma das linhas de investigação se estende sobre a possibilidade de a jovem ter sido vítima de homicídio culposo.
”Vou começar tudo novamente. Ouvirei todos os envolvidos, funcionários do hospital, diretores, família. Vamos começar do zero até porquê o inquérito sobre o estupro já foi encerrado. Esse será para constatar a vertente da morte da estudante”, explica.
O advogado da família, Darlan Alves Ferreira, destacou que confecciona um requerimento com os motivos que julga necessários para continuar o andamento do inquérito.
Em nota, a empresa que administra a UTI do Hospital Goiânia Leste – Supreme Care/OGTI – informou que todas as informações solicitadas à OGTI, incluindo o prontuário médico, foram entregues à Polícia Civil. “Aguardamos com tranquilidade os desdobramentos.”
Relembre o caso
A estudante deu entrada na unidade no último 16 de maio após apresentar uma crise convulsiva. A jovem, então, teve que ficar internada e, segundo a titular da Delegacia Estadual de Proteção à Mulher (Deam), Paula Meotti, foi estuprada naquele mesmo dia. O suspeito do crime, o técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos, de 41 anos, está preso preventivamente desde que se apresentou de forma espontânea à delegacia. Ele nega o crime.
Em coletiva de imprensa, o pai da jovem questionou a atuação da Polícia Civil diante do caso. Ele destaca que foi avisado do estupro no momento do velório da filha. Para ele, a delegada poderia ter feito alguma coisa para impedir que o pior acontecesse no dia em que recebeu a denúncia. “Ela estava documentada, era só ir e resolver a situação da minha filha. Era só solicitar uma transferência de hospital e comunicar os familiares do ocorrido”, questionou o policial aposentado.
Paula Meotti rebateu as acusações e declarou que fez tudo o que estava ao alcance da corporação e que a mesma não tem autoridade para retirar nenhum paciente do hospital. “O próprio hospital nos procurou para relatar o ocorrido. Eu não posso me responsabilizar pela morte da filha dele. Eu cumpri com minhas obrigações como delegada de investigação de autoria e materialidade e representei pela prisão preventiva do suspeito. Quanto à internação da vítima, cabia ao pai decidir em transferi-la de unidade”, comentou a delegada. – Eduardo Marques