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MP-GO deve oferecer 2ª denúncia contra João de Deus

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O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) deve oferecer nesta segunda-feira (15) a segunda denúncia contra o médium João de Deus, preso há quase um mês acusado de abusos sexuais. Questionada sobre o fato, a promotora de Justiça Gabriella de Queiroz Clementino, uma das integrantes da força-tarefa que apura o caso, disse que está “trabalhando para isso”. O religioso sempre negou as acusações.

Para embasar o novo procedimento, outros três promotores de Justiça colheram outro depoimento do médium na tarde de segunda-feira (14), no Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, onde está detido.

A oitiva durou cerca de 3h. Na ocasião, ele foi indagado sobre cinco casos de abusos em Goiás, Distrito Federal e São Paulo. Conforme o MP-GO, ele voltou a negar ter cometido os crimes.

João de Deus já foi denunciado no último dia 28 de dezembro por violação sexual e estupro de vulnerável. A Justiça já acatou a denúncia e tornou o médium réu na quarta-feira (9).

MP deve oferecer nesta terça-feira nova denúncia contra João de Deus — Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Julgamento do HC

Também nesta terça-feira deve ser retomado o julgamento do habeas corpus de João de Deus na 1º Câmara Criminal, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

Na última sessão, realizada quinta-feira (10), o julgamento foi suspenso após um dos desembargadores pedir mais tempo para analisar o caso.

Na ocasião, o Ministério Público emitiu um parecer contrário ao habeas corpus. O relator do processo, Nicomedes Domingos Borges, acompanhou a posição do órgão e votou contra a liberdade do médium. Outros três desembargadores seguiram a mesma posição do relator.

Porém, o último desembargador, Sival Guerra Pires, pediu vistas do processo para que ele tivesse mais tempo para analisar o caso.

Primeiro julgamento do habeas corpus de João de Deus terminou sem resultado — Foto: Patrícia Bringel/TV Anhanguera

Processos contra João de Deus

  • Ação na Justiça: João de Deus já virou réu após denúncia do Ministério Público por violação sexual e estupro de vulnerável (o processo cita 4 vítimas);
  • Investigação: a Polícia Civil indiciou o médium por dois casos de violação sexual mediante fraude, sendo que um deles foi incluído na denúncia do MP. Em relação ao segundo indiciamento, o MP ainda não ofereceu denúncia;
  • Investigação: a polícia também indiciou João de Deus por posse ilegal de armas. O MP também deve analisar este caso e decidir se apresenta denúncia à Justiça.

Os depoimentos de João de Deus

O médium já foi ouvido três vezes pelo MP-GO e pela Polícia Civil:

  1. Dia da prisão | 16 de dezembro de 2018 – Depoimento prestado na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Goiânia, sobre as suspeitas de abuso sexual.
  2. 10 dias após prisão | 26 de dezembro de 2018 – Ouvido na sede do MP-GO, em Goiânia, sobre crimes sexuais.
  3. Posse ilegal de armas | 9 de janeiro de 2019 – Médium foi ouvido na cadeia, em Aparecida de Goiânia, sobre armas encontradas em endereços dele.

Foto de João de Deus no registro do sistema penitenciário, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Tentativas de habeas corpus da defesa

  • No Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) o pedido de habeas corpus havia sido negado em caráter liminar e, ao ir para julgamento da Corte, foi suspenso para vistas a pedido de um desembargador;
  • No Superior Tribunal de Justiça (STJ) o habeas corpus também foi negado em caráter liminar;
  • A defesa desistiu do habeas corpus do médium em relação ao mandado de prisão por suspeita de abusos sexuais que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF). Advogado disse que desistência foi estratégica.

Situação atual

Confira fatos importantes do caso citados do mais recente para o mais antigo:

  • Juíza aceitou denúncia contra João de Deus e ele se tornou réu por abusos sexuais no dia 9 de janeiro;
  • João de Deus teve R$ 50 milhões bloqueados em dinheiro e imóveis no dia 9 de janeiro;
  • O MP-GO recorreu, no TJ-GO, de decisão que determina prisão domiciliar de João de Deus por posse de arma, em 29 de dezembro. Ainda não há nova decisão;
  • Médium é investigado pelos crimes de abuso sexual, violação sexual mediante fraude e posse ilegal de arma de fogo.

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