Futuro ministro da Economia enfrenta rebelião de procuradores

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Ao menos 80 procuradores já ameaçaram parar a procuradoria, caso Paulo Guedes nomeie Marcelo de Siqueira, atual diretor do BNDES, para o comando da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. As informações são do jornal ‘Estadão’.

De acordo com o veículo, o presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), Achiles Frias, afirmou que, na verdade, são quase 300 procuradores com cargos em comissão que pretendem deixar a procuradoria. Eles prometem partir para o confronto e boicote de Siqueira. No total, são 2100 procuradores em todo o País.

“Assim que Siqueira for nomeado, ninguém vai trabalhar com ele. Não vai ter ninguém para trabalhar com ele”, disse Frias. Segundo ele, todos os procuradores vão entregar os cargos de chefia. “Eles não se sentirão confortáveis para trabalhar com uma pessoa que não sabe o trabalho que nós fazemos”, disse Frias. A categoria não tem restrições a nomes desde que seja um procurador da PGFN, disse.

Frias lembra que depois de um período de crise em 2015, quando dois procuradores caíram em menos de seis meses, a procuradoria entrou numa fase de tranquilidade. O órgão nesse período conseguiu evitar perda de R$ 2 trilhões para a União, segundo o sindicato.

Há praticamente duas décadas, a chefia da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é ocupada por um procurador da Fazenda Nacional (PFN). A categoria vê como um retrocesso uma mudança nessa tradição. Os procuradores votaram para definir a entrega dos cargos; 86% foram favoráveis ao movimento.

Receita

Guedes também enfrenta resistências na Receita Federal. Uma das categorias com maior poder de pressão do governo federal, com mobilizações históricas que impactaram a arrecadação e os despachos aduaneiros em portos e aeroportos, os auditores da Receita não gostaram da decisão de Guedes de colocar o órgão no terceiro escalão, sob o comando de Marcos Cintra, futuro secretário especial de Arrecadação. Há uma preocupação também de perda de influência na formulação da política tributária, movimento que já foi admitido nos bastidores por integrantes da equipe do futuro ministro.

O anúncio do nome do novo secretário da Receita ainda não foi feito. O atual comandante da Receita, Jorge Rachid, teve reuniões com a equipe de Guedes e foi cotado a permanecer no cargo, no entanto outros nomes são cotados, entre eles o do secretário adjunto, Paulo Ricardo Cardoso.

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