Em Valparaíso de Goiás, um bairro resiste com força, fé e esperança: o Unimorar. Há 22 anos, essa comunidade simples, formada majoritariamente por famílias de baixíssima renda, enfrenta os desafios de uma urbanização incompleta — ruas sem pavimentação, falta de iluminação pública e carência de serviços básicos. Mas, apesar de todas as dificuldades, no Unimorar não há espaço para o desânimo.
Neste mês de junho, em comemoração aos seus 22 anos de existência, o bairro vive uma programação especial, feita por quem acredita no coletivo e não abre mão de sonhar com dignidade. Os finais de semana estão sendo marcados por encontros que reforçam os laços comunitários — já aconteceram assembleias deliberativas, confraternizações e momentos de escuta e organização popular. E as comemorações seguem firmes.
A idéia é que no próximo dia 28 seja realizado um Café da Manhã Junino, com comidas típicas e celebrações, simbolizando mais um ano de resistência e conquistas.Também terá festa Junina comunitária, com fogueira, danças folclóricas, forró, brinquedos e sorteios — uma verdadeira demonstração de que a alegria também é uma forma de luta.
À frente dessa mobilização está Moisés Alves, carinhosamente conhecido como Moisés do Unimorar. Com firmeza e generosidade, ele se tornou a principal liderança do bairro, organizando reuniões, mutirões, festas e assembleias que mantêm viva a chama da esperança coletiva.
“Já passaram muitos políticos por aqui. A cada visita, o sonho se renova. Temos fé”, afirma Moisés, com a voz de quem nunca parou de acreditar.
A Cooperativa de Habitação UNIMORAR também é parte fundamental dessa caminhada. Toda a arrecadação dos eventos será destinada à manutenção institucional da cooperativa, que desempenha um papel crucial na luta por moradia digna e organização social.
Mais do que uma data comemorativa, os 22 anos do Unimorar celebram a força de um povo que nunca desistiu. Uma comunidade que transforma a escassez em solidariedade, o abandono em mobilização, e a dificuldade em esperança. No Unimorar, os sonhos são coletivos — e a união é o que move tudo.