“De minha mãe, teria muito o que falar…” Assim começa o relato tocante de Airton Moura, pioneiro de Valparaíso de Goiás e filho orgulhoso da notável Dra. Beatriz Moura Soares. Um depoimento carregado de emoção, memórias e reverência, que revela não apenas a trajetória de uma mulher extraordinária, mas a profunda admiração de um filho que jamais esqueceu as raízes que lhe deram estrutura, equilíbrio e propósito.
Dra. Beatriz não foi apenas mãe — foi também uma gigante nos bastidores da política brasileira. Diretora do Cerimonial da Câmara dos Deputados por impressionantes 28 anos, advogada, jornalista e mulher de convicções firmes, foi candidata ao Parlamento como deputada e, depois, ao Senado, sempre em sintonia com os ideais do saudoso Joaquim Roriz. Era prima-irmã do lendário governador Leonel de Moura Brizola, com quem compartilhava o sangue forte dos Mouras do Rio Grande do Sul.
Sua carreira começou no Palácio Legislativo gaúcho, como taquígrafa. Com dedicação e inteligência, tornou-se chefe do Cerimonial daquela Casa antes de ser levada a Brasília, onde escreveu seu nome na história do Congresso Nacional. Era uma conhecedora profunda da política, com domínio tanto das entranhas do parlamento estadual como federal. Uma mulher à frente de seu tempo.
Mas por trás da figura pública, havia a mãe — e é essa figura que vive eternamente no coração de Airton. Durante a pandemia, em 2021, Dra. Beatriz partiu, deixando um vazio que jamais será preenchido. E foi por ela que Airton tomou uma das decisões mais importantes de sua vida: mudar-se para Valparaíso, ainda em setembro de 1982, para estar mais perto da mãe, que se sentia só em Brasília.
“Me instalei na chácara dela, na rua 5 da Morada Nobre, em frente à madeireira Castor, e depois comprei minha residência”, lembra Airton, com voz embargada. “Ela me deu tudo: estrutura, equilíbrio e amor.”
Amiga pessoal de nomes históricos como Lindolfo Collor e sua esposa, Dra. Beatriz também construiu laços que iam além da política, nutrindo amizades profundas e sendo referência de sabedoria e elegância.
Airton, por sua vez, construiu sua vida em Valparaíso, cidade que viu nascer e crescer. Atuou entre o Ministério do Exército, a Embaixada Americana, o Tribunal Arbitral e o Detran de Goiás. Foi proprietário do Moura Gás, segundo maior depósito da região à época, localizado em frente ao quartel da polícia.
A história de Airton Moura é, sobretudo, um tributo ao amor filial e à força de uma mulher que deixou marcas eternas na política brasileira e no coração de seu filho. É também um lembrete da importância de honrarmos quem construiu os alicerces da cidade com esforço, coragem e, acima de tudo, amor. Por André Teixeira – 62 999907919.
