Desoneração da folha precisa de contrapartida ao trabalhador, diz Lula

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Até novembro do ano passado, Lula custou 976 mil reais aos cofres públicos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quarta-feira (29/11) que a desoneração da folha de pagamentos para empresas precisa ser acompanhada de uma contrapartida aos trabalhadores. Ele comentou a decisão de vetar a prorrogação da medida em conversa com jornalistas ao deixar Riad, na Arábia Saudita.

Para Lula, não há nada na lei que garanta que a redução dos encargos para as empresas gere mais empregos. O petista destacou ainda que conversa, desde o início do ano, com entidades sindicais e empresários para negociar uma “nova relação entre capital e trabalho no Brasil”.

“Eu não sei se eles estão preocupados. Eu não sei qual é a razão. Pelo fato de gerar mais empregos, não foi. Porque não tem nada na lei que diz que vai gerar mais empregos se tiver desoneração”, respondeu o chefe do Executivo ao ser questionado em entrevista coletiva sobre a preocupação dos setores afetados com o fim da medida, caso o veto presidencial se mantenha.

Representantes de 17 setores argumentam que acabar com a desoneração pode colocar empregos em risco.

Contrapartida

Lula disse ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está trabalhando em uma alternativa para compensar a reoneração, e defendeu que é preciso pensar em uma contrapartida para os trabalhadores. Ele também admitiu que o veto pode ser derrubado pelos parlamentares. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por sua vez, espera que a medida seja apreciada até a semana que vem.

“Os trabalhadores precisam ganhar alguma coisa nessa história. A empresa deixa de contribuir sobre a folha, mas o trabalhador ganha o quê? Não tem nada escrito que ele vai ganhar um real a mais no seu salário”, apontou o presidente.

O petista também rebateu as críticas ao fortalecimento das entidades sindicais, e disse que as medidas nesse sentido não prejudicam as empresas, mas fortalecem, bem com a democracia. “Estou com dirigentes sindicais, com dirigentes dos empresários e com o governo desde o começo do ano, negociando uma nova relação entre capital e trabalho no Brasil. Uma nova legislação sindical.”

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