O pai do brasileiro que tentou matar a ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, repudiou a atitude do filho. O homem, que mora no Chile, disse não saber o que motivou o crime e afirmou que a família está assustada com a repercussão do ato, ocorrido na última quinta-feira, 1º.
“Ele sabe a atrocidade que causou e o que fez para nossa família”, afirmou o idoso Fernando Ernesto Montiel Araya, de 64 anos, ao Metrópoles. “Essa situação está abalando a saúde de todos nós, que não temos nada a ver com a atitude dele”, lamentou.
Chileno, Ernesto morou no Brasil, onde conheceu a mãe de Fernando Andrés Sabag Montiel, 35. Ele diz que perdeu totalmente o contato com o filho, que se mudou para Argentina com a mãe aos 6 anos de idade.
Com isso, o chileno acabou tendo prisão preventiva decretada e ficou detido por quase um ano em Guarujá (SP). Em 2020, a Polícia Federal instaurou inquérito, que resultou na sua deportação.
Segundo Ernesto, a família está sofrendo as consequências da tentativa de assassinato de Kirchner. O idoso diz temer pela saúde da mãe e pela segurança dos filhos, irmãos de Andrés, que moram no Brasil.
“Estão incomodando minha família e, principalmente, minha mãe, que é uma senhora de 87 anos, já com a saúde debilitada. Estão incomodando por saber do meu filho. Quem dera minha mãe sequer soubesse do meu filho”, disse. “O Brasil é minha segunda pátria. Não quero que meus filhos que moram no Brasil tenham problemas na escola”, completou.
Questionado se os crimes que cometeu no Brasil poderiam ter influenciado o filho, o chileno afirma que não pode ser julgado pelo que Andrés fez. “Enfrentei na Justiça as coisas erradas que cometi. Meus erros estão no passado, mas não posso ser julgado por algo que meu filho fez. Se soubesse que ele queria fazer isso, teria dado um bom castigo nele”, afirmou Ernesto.