Confiança do empresário reduz menos com início da flexibilização

0

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Pernambuco mostrou redução pelo terceiro mês consecutivo, com uma redução menos intensa do que a verificada entre abril e maio. O indicador atingiu queda mensal de -1,4%, saindo de 73,9 para 72,9 pontos. A baixa variação mensal reflete o início da flexibilização das restrições impostas ao comércio não essencial no final de março, onde quase 60% dos estabelecimentos comerciais do Estado foram fechados com a possibilidade de vendas apenas por canais digitais. O indicador permanece, entretanto, na zona de avaliação negativa, abaixo dos 100 pontos, o que não era verificado desde julho de 2018.

Especialistas destacam que o cenário de combate a pandemia impôs impactos duros ao setor produtivo, com o avrejo pernambucano apresentando queda superior a 6 bilhões de reais no faturamento entre março e junho. Com o retorno das atividades e a possibilidade de início de reversão dos prejuízos, a confiança do empresário passa a deteriorar de maneira menos intensa. Apesar da queda em proporção menor, entretanto, esta é a menor confiança da série histórica iniciada em 2011, ficando atrás apenas do resultado de maior de 2016, quando o indicador estava em 72,5. O indicador permanece também na zona de avaliação negativa, abaixo dos 100 pontos, o que não era verificado desde julho de 2018. O recuo continua expressivo quando se compara com o mesmo período de 2019, com variação negativa de 30,9%.
O recuo em Pernambuco foi menor do que o nacional, visto que a confiança do empresarial a nível Brasil atingiu os 66.7 pontos em junho. Estados com alta relevância econômica como os do Sul e Sudeste, por sua vez, apesar do início de flexibilização, começam a apresentar elevação da infecção no período e recuar nas medidas de flexibilização, o que tem influenciado na confiança dos empresários do setor nestas unidades da federação e puxam para baixo a variação entre os meses de maio e junho. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estimou uma queda no faturamento superior a R$ 200 bilhões no comércio brasileiro até o início de junho, o que contribui para que o setor visualize a conjuntura atual e a futura de uma maneira mais negativa.
Quando se analisa os sub indicadores da pesquisa, verifica-se quase todas as avaliações apresentaram recuo. Com as maiores quedas, conforme esperado, naqueles que medem as condições atuais da economia, da empresa e do setor de comércio, atingindo em junho queda de -30,7%. Segundo os empresários, além das condições correntes, o nível de investimentos e de estoque ainda se mostram em situação crítica.  Por outro lado, e mais uma vez refletindo os efeitos do início de flexibilização do varejo no estado, as avaliações em relação às expectativas do empresário em relação a economia brasileira, ao setor do comércio e as empresas comerciais tiveram variação positiva. Além disso, o indicador de contratação de funcionários também voltou a ter variação positiva.
Para o próximo mês, a expectativa é que a confiança do empresário ainda apresente recuo, repetindo a intensidade baixa e com continuidade na zona de avaliação negativa.
Fonte: Correio Braziliense

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui