“Se eu estou aqui hoje depois de ser fechado por outro veículo na rodovia e só acordar três dias depois na cama de um hospital, é somente por milagre de Deus”. Com estas palavras o técnico em manutenção Weides Xavier Afonso, de 47 anos, falou com jornalistas na manhã desta terça-feira (10), pouco antes de ser ouvido pela Polícia Civil (PC). Weides foi espancado no final da tarde do último dia 30 de agosto no quilômetro 133 da BR-153, logo após o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no momento em que retornava da cidade de Anápolis para Goiânia, sozinho em um veículo. Segundo ele, o autor das agressões estava em um carro ocupado por uma mulher loira e uma criança, que estava em uma cadeirinha.
“Tudo começou quando o agressor fechou meu filho, que estava em um carro na minha frente. Ele freou bruscamente e parou no meio da rodovia, quase provocando uma colisão. Meu filho então engatou marcha a ré e fugiu por outra pista, foi aí que entrei com meu carro na frente do veículo do agressor. Quando vi que meu filho já tinha ido embora, eu então encostei na pista da direita e liberei passagem, mas imediatamente já fui fechado, e como tinha um caminhão parado no acostamento, não tive como prosseguir. A partir daí, só lembro de ver o homem abrir a porta, deixar o carro ligado no meio da pista com uma mulher e uma criança dentro e me arrancar à força do meu veículo”, descreveu Weides, que chegou na delegacia amparado pela esposa Alessandra Alves Lourenço.
Socorrido inicialmente por um agente penitenciário, que segundo testemunhas foi quem evitou que ele fosse espancado até a morte, o técnico em manutenção foi levado pela equipe médica da concessionária que administra a rodovia para o Hugo. Com traumatismo craniano, Weides passou por uma cirurgia, levando mais de 20 pontos na cabeça, ficou três dias em estado grave na UTI, e só recebeu alta oito dias depois das agressões.