Responsáveis por transporte de droga em avião serão punidos, diz governo

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Em audiência pública das comissões de Relações Exteriores e de Direitos Humanos da Câmara nesta quarta-feira (10), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), general Augusto Heleno, e representantes do Ministério da Defesa e da Aeronáutica informaram que um inquérito policial militar está em curso para apurar o transporte de 39 quilos de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira no último mês.

No dia 25 de junho, o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, que fazia parte da equipe do avião reserva da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão para a reunião do G-20, foi preso e continua detido na Espanha. O general Augusto Heleno garantiu que os envolvidos serão responsabilizados e punidos.

Deputados cobraram informações sobre procedimentos futuros de segurança institucional

Deputados da oposição não ficaram satisfeitos com as respostas das autoridades de Defesa para questões como a falta de efetivo para averiguar a segurança dos aviões da Força Aérea Brasileira e a escolha de Sevilha como escala técnica na viagem presidencial ao Japão. Para o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), faltam informações também sobre os procedimentos futuros.

“Não ficou claro quais são as medidas do GSI depois desse fato ocorrido. Se aumentou o efetivo de averiguação, qual apuração está fazendo, se vai rever o papel dos sargentos e dos tripulantes que são nomeados para isso. Está claro que tem um grau de insegurança muito grande, despreparo, sobretudo do GSI para lidar com um tema como esse”, apontou.

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Oliveira, representante da Aeronáutica, salientou que o sargento preso não participou do planejamento do voo e nem da escolha da escala técnica. Ele explicou o que está sendo mudado na segurança dos aviões da Força Aérea Brasileira.

“Obviamente que algumas medidas administrativas de incremento, de controle de acesso e de controle de passageiros no embarque das nossas aeronaves estão sendo implementadas e certamente serão aperfeiçoadas à medida que os resultados do inquérito policial militar forem divulgados, para que a gente minimize novas ocorrências desses problemas com as nossas aeronaves”, disse.

Deputados da base aliada do governo acharam as explicações da área militar plausíveis e ressaltaram a importância das Forças Armadas para o país. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), acredita tanto na apuração detalhada do fato quanto na punição dos culpados.

“Determinados crimes é impossível de prever, né? É uma conduta individual, desviante, que não faz jus à dos demais militares das Forças Armadas. Pode ter certeza que esse fato aí vai ser punido exemplarmente e não vai terminar de manchar a farda das Forças Armadas”.

O prazo inicial do inquérito policial militar, de 40 dias, pode ser prorrogado por mais 20. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também acompanham as investigações.

Reportagem – Cláudio Ferreira

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