O presidente Jair Bolsonaro (PSL) proferiu nesta terça-feira (22/1) o seu primeiro discurso oficial no exterior como presidente do Brasil. A ocasião escolhida para a fala foi o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, onde ele tentou levar a mensagem de que o Brasil mudou com a sua chegada ao poder. A principal mensagem levada pelo mandatário brasileiro foi o processo em curso de abertura da economia.
O discurso de Bolsonaro durou pouco menos de 10 minutos. Um dos pontos destacados foi a crise econômica que o Brasil atravessa. “Assumi o Brasil em uma profunda crise ética, moral e econômica”, disse. “Temos o compromisso de mudar nossa história”, prosseguiu.
Segundo o presidente, uma das metas da sua equipe econômica é a de construir no Brasil um ambiente mais propício para os negócios. “Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios”, disse.
O presidente discursou a uma plateia de aproximadamente mil pessoas, composta principalmente por líderes de governos e empresários da elite mundial.
O discurso reforçou a estratégia do governo de imprimir uma nova imagem ao país, a de que Brasil mudou sua agenda econômica, com pautas liberais e focado em reformas estruturais, como a da Previdência.
Bolsonaro também afirmou que uma das metas do seu governo é ampliar a produção agropecuária que, na suas palavras, é responsável pelo superavit na balança comercial brasileira.
“Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis”, disse.
Meio Ambiente
Após o seu discurso, Bolsonaro respondeu a três perguntas feitas pelo organizador do Fórum, professor Klaus Schwab, a primeira sobre meio ambiente. Schwab quis entender melhor como seria construída a ampliação da agropecuária com o desenvolvimento econômico.
“O meio ambiente tem que estar casado com o agronegócio. Hoje 30% do Brasil são florestas, o que pudermos aperfeiçoar, faremos. Pretendemos estar sintonizados na busca pela diminuição de CO²”, disse.
Schwab também perguntou a Bolsonaro como seria a relação do Brasil com regimes de esquerda, como o da Venezuela, de Nicolás Maduro. “Queremos uma América do Sul com hegemonia, não quereremos uma América bolivariana, como existia. Cada vez mais gente de centro e de centro-direita tem sido eleita, isso mostra que a esquerda não prevalecerá nessa região, o que é bom para o mundo”, afirmou.
Chegada
Assim que chegou a Davos, na última segunda-feira (21/1), o presidente já havia dito a jornalistas que o seu papel ali seria renovar a confiança dos investidores. “Nós queremos mostrar que o Brasil está tomando medidas para que o mundo restabeleça a confiança em nós”, disse.
O objetivo, segundo informou o presidente, é retomar o crescimento econômico, incentivando a entrada de capital em setores como agronegócio e infraestrutura, considerados “importantes pilares”, por Bolsonaro. Tudo isso, diz ele, sem misturar ideologia com economia.
“Queremos que os negócios voltem a florescer sem o viés ideológico. Em especial a questão do agronegócio, que é muito importante para nós. Nossa commodity mais importante”, afirmou o presidente.