A Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Goiás (STRE/GO) decretou, nesta segunda-feira, 24, a interdição das atividades médicas, de enfermagem e farmacêuticas no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A decisão foi tomada após uma auditoria que constatou que a unidade sofre com a falta de medicamentos e insumos que “colocam em risco grave, iminente e recorrente” a vida dos profissionais que atuam no local.
Agora, o Hugo precisa apresentar, até a próxima quarta-feira, 26, um plano emergencial para reduzir a admissão de novos pacientes, além de criar “protocolos emergenciais” para que os pacientes internados na unidade sejam atendidos dentro do previsto pelas regras de segurança do trabalho.
Até o momento, o Instituto Gerir, Organização Social (OS) que administra o hospital, e a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), não se posicionaram sobre o caso.
Na última quinta-feira, 19, a Auditoria Fiscal do Trabalho recebeu denúncias de médicos, enfermeiros e farmacêuticos do Hugo sobre a falta de insumos na unidade. No dia seguinte, equipes do STRE/GO, juntamente com representantes fiscais do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) foram até o hospital para verificar as queixas e constaram que as mesmas procediam.
Em conversa com os diretores, as equipes foram informadas sobre a falta de repasse dos recursos por parte do governo e em alguns casos, o fracionamento do valor, o que tem “prejudicado gravemente a aquisição de medicamentos e insumos” básicos.
Em entrevista à TV Anhanguera, a auditora fiscal do trabalho Jaqueline Carrijo, informou que a fiscalização constatou que “há uma dívida grande da Secretaria de Saúde com a OS, comprometendo o funcionamento da unidade e o trabalho seguro” dos profissionais que lá atuam. “Esse valor giram em cerca de R$ 20 milhões”, afirmou.
Uma reunião deve ser realizada nesta tarde, no Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) com os envolvidos para discutir a questão.