Quatro agentes voluntários de proteção à criança e ao adolescente foram presos, na quinta-feira (9), suspeitos de cobrar propina de empresários para permitir a presença de menores em festa com bebidas alcoólicas, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, eles eram nomeados pela Justiça para fazer a fiscalização dos eventos e aproveitavam da função para obter vantagens.
“Eles garantiam, mediante o pagamento de propina, que as festas com menores, bem como denúncias que pudessem surgir relacionadas aos eventos, ficassem sem fiscalização. Esse esquema veio à tona depois que um dos empresários se negou a pagar a propina e procurou a polícia”, disse o delegado José Antônio Sena, responsável pelas investigações.
Gravações telefônicas obtidas pelos investigadores revelam uma conversa de um dono de um espaço de festas explicando como funcionava o pagamento de propina. Conforme a corporação, a denúncia foi feita por empresários que se sentiram coagidos pela fiscalização.
“Eu tenho contrato com o diretor e com o DPCA [Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente], entendeu? O que ele faz: ele faz vista grossa, porque ele está recebendo, na verdade, uma propina por fora, entendeu. O DPCA que contrata segurança. Ele recebe por mês, de mim, R$ 1,2 mil”, diz o dono do espaço.
Conforme o delegado, o suspeito de chefiar o esquema era o chefe DPCA de Formosa, Deyvison Batista Queiroz, de 38 anos. Além dele, foram presos os agentes Barsilai de Oliveira Júnior e José Sebastião da Silva e o ex-membro do departamento, Alexandre Teixeira dos Santos.